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Mercado


Condomínios 'nichados'

RJ: Idosos, LGBTQIA+ e evangélicos já têm opções exclusivas

terça-feira, 19 de agosto de 2025
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Rio ganha opções 'nichadas' de condomínios para idosos, comunidade LGBTQIA+ e evangélicos

Empreendimentos costumam ser projetos em que todos os imóveis pertencem a um único proprietário e são alugados, em vez de vendidos, aos moradores

Todos os dias da semana, entre o fim da manhã e o início da tarde, o refeitório do Cora Premium Península, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, se enche de receitas e vozes cheias de histórias. Isso porque, sempre no mesmo horário, vizinhos — todos com mais de 65 anos — se reúnem para um almoço coletivo, e não é coincidência: trata-se de um condomínio voltado para idosos. Assim como o destinado ao público LGBTQIA+ e dois empreendimentos voltados aos evangélicos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o edifício integra o ainda pequeno, porém crescente, universo de imóveis “nichados” no Rio de Janeiro.

Estes condomínios costumam ser projetos em que todos os imóveis pertencem a um único proprietário e são alugados, em vez de vendidos, aos moradores. Para Vinicius Loureiro Marques, professor de Incorporação e Construção Imobiliária na Fundação Getúlio Vargas (FGV), eles se destacam por reunir comunidades específicas em um só lugar, além de ofertar opções de segurança e pertencimento.

"Este modelo é eficiente porque oferece opções específicas para públicos determinados e promete um ambiente mais confortável, com a justificativa do convívio com os iguais, além de facilitar a sociabilidade", explica.

Necessidades específicas

Este é um dos motivos que fez Marlene Nunes, de 88 anos, moradora do Cora, afirmar que vive em um “SPA para idosos”.

"Me sinto acolhida pela equipe e outros moradores. Eu troco experiências e sou assistida por profissionais que entendem minhas necessidades, sem perder minha independência", conta.

A aposentada recebeu um diagnóstico de doença degenerativa e imaginou o futuro em uma casa de repouso, embora não estivesse confortável com a ideia. Então, buscou opções na internet e encontrou o residencial para idosos. Ficou animada, marcou uma visita e decidiu ficar.

Edifício Cora Premium Península

Inaugurado em novembro de 2022, ele foi construído para atender ao público 65+. As 103 suítes e os 13 flats são equipados com cama antiqueda e piso antiaderente, entre outros. Nas áreas comuns, há cozinha profissional, espaço de fisioterapia, hidroterapia, segurança 24 horas e equipe de enfermagem. Atualmente, o edifício abriga 40 residentes fixos que vivem de modo independente. O geriatra e diretor médico e de operações do local, Felipe Vecchi, explica que o conceito se difere da casa de repouso:

"Além da vigilância, o residencial tem uma estrutura de cuidados maior que uma casa de repouso. Nele, o idoso também possui maior independência, podendo, por exemplo, sair só. E conta sempre com uma equipe de segurança e bem-estar."

Para morar nele, é necessário contratar um serviço que inclui a moradia. A hospedagem pode ser por temporada ou residência fixa. Os preços variam, mas como é um condomínio de alto padrão, a média mensal é de R$ 18 mil. Para Vecchi, os residenciais para idosos devem se popularizar nos próximos anos.

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio), Cláudio Hermolin lembra que o envelhecimento do país impulsionará novos condomínios, com opções mais acessíveis. Segundo ele, este tipo de moradia é uma tendência do mercado imobiliário.

"Não tem estudo sobre, mas é uma tendência estabelecida em bares, restaurantes e eventos. Agora, mesmo em pequena quantidade, já é possível encontrar condomínios com áreas comuns projetadas para comunidades específicas. É uma evolução do mercado imobiliário", explica Hermolin.

Residencial Clube Manancial da Fé

Exemplo desta diversificação imobiliária são os condomínios com temática cristã na Baixada Fluminense, como o Residencial Clube Manancial da Fé, lançado na esteira do sucesso de um outro empreendimento semelhante, o Residencial Reserva da Paz, construído em 2019. Ambos são em Nova Iguaçu, dentro do programa federal Minha Casa, Minha Vida.

Idealizado por Alcindo Plácido em parceria com a Vic Engenharia, o condomínio tem previsão de entrega em 2027. Com base em referências bíblicas, os 22 blocos de apartamentos farão homenagem a cidades de Israel. Além disso, contará com uma área verde destinada à oração e meditação. Os preços variam entre R$ 222 mil e R$ 260 mil.

"Vimos uma demanda na comunidade evangélica de Nova Iguaçu, mas ele é para todos. Se alguém não cristão quiser morar, pode morar", afirma Plácido.

Construído em 2019, o Residencial Reserva da Paz tem 208 casas. Nas praças do condomínio, há referências bíblicas e um espaço “Monte” — local elevado onde fiéis oram e buscam a Deus. O síndico, Rodrigo Rocha, diz que a proposta atrai o evangélico, mas não afasta pessoas de outras crenças. Atualmente, 70% dos moradores se declaram evangélicos.

De acordo com o Censo de 2022, do IBGE, pouco mais de 40% dos moradores de Nova Iguaçu se declaram evangélicos. Lívia Reis, coordenadora da área de Religião e Política no Instituto de Estudos da Religião (Iser), crê que os números comprovam a força do mercado gospel, mas alerta para o cuidado com o risco das “bolhas”.

"Estar com seus iguais dá ideia de sensação da segurança, mas pode aumentar a intolerância com a diferença", alerta a especialista.

Edifício Barbarella

Já em Copacabana, na Zona Sul, o público-alvo é o LGBTQIA+. No mesmo local onde funcionou a boate Barbarella, na Avenida Prado Júnior, está sendo construído um edifício de mesmo nome com previsão de entrega em 8 de novembro deste ano e investimento de R$ 20 milhões. Serão 12 estúdios, quatro apartamentos e uma cobertura de 168metros quadrados. Os imóveis não serão vendidos, mas poderão ser alugados por períodos de até três meses, com possibilidade de renovação do contrato.

"Os apartamentos terão diferenciais. Na área comum, a ideia é oferecer um espaço onde as pessoas possam ser quem são, sem preconceitos", afirma o incorporador Douglas Drumond, que tem um empreendimento no mesmo segmento em São Paulo, o Hotel Chilli.

Independentemente da oportunidade que se apresenta com o crescente interesse de empreendimentos imobiliários para públicos específicos, Roberto Bigler, diretor jurídico da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), reforça a necessidade de os condomínios respeitarem as leis antidiscriminatórias do país. E afirma que é importante sempre reforçar o princípio da igualdade.

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/08/17/rio-ganha-opcoes-nichadas-de-condominios-para-idosos-comunidade-lgbtqia-e-evangelicos.ghtml

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